Mudança de lugar

Queria eu ter escrito este texto. Achado numa página do Facebook mergulhei em cada palavra dita e percebi que alguns sentimentos são mesmo universais.


Vem cá, amor.

Deixa eu te falar umas coisas que estão apertadas aqui no peito.
Eu ainda quero você, caso você venha se perguntar isso ao me encontrar fria e distante do teu olhar um dia desses.
Sabe amor, será um dia daqueles que te esqueço.
Eu tenho que me proteger, tenho que gostar um pouco mais de mim e um pouco menos de você.
Mas eu gosto de você.
Da tua barba. Do teu andar sem pressa, de você vestindo azul.
Mas sabe, amor. Eu gosto daqueles dias de sorriso fácil, daqueles dias de coisa danada e sapeca, daqueles dias de beijos escondidos e inesperados.
Daquela maluquice de querer não querendo.
Da dúvida. Do tesão da dúvida.
E esses dias, a gente não tem mais.
A gente se encontra pra ir embora.
A gente toma uma cerveja pra partir pra outra.
A gente pega um taxi pra cada um ir pra sua vida.
Nem mais sambar a gente samba.
Nem mais se olhar a gente se olha.
Nem mais se esbarrar num cigarro a gente se esbarra.
Parei de beber, você de fumar.
Eu emagreci, você tá bronzeado.
Eu tô bem e pelo visto você também.
Tudo bem, amor.
As pessoas vivem perdendo a graça que acontece todos os dias do outro.
Do riso, do perfume, do plano furado, do sorriso debaixo da coberta.
Acontece, amor, que amor todos os dias também "desacontece".
Que sem graça, né?
Tudo muda.
Mas sabe?
O que sinto pouco muda.
Te quero e te esqueço.
Alternadamente.
Com a mesma intensidade.

Larissa Bottas



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Delicadas incertezas

Aos 30...

Procura-se um amigo